Um pouco da serra em teu reflexo,
um pouco de espera
e do teu castanho jeito de ver
- sem luz, sem esperança,
sem
danação.
Vermelho o beijo que não vêm.
Um pouco do teu pêlo,
um
pouco do teu gosto,
um pouco do teu pouco permanece,
me
enternece.
Um pouco do teu silêncio,
do teu vermelho – espelho.
Um pouco é exagero poético,
vontade de verso
(grafismo que
não passa).
Além do pouco é certeza de morte,
é beijo que não seca
resseca:
Helena espera, a espera...
infinita espera.
Anoiteço um dia sem amanhã
e cansado
visto-me de santo
e sem espanto
nego o sorriso
e o sorrir.
Um pouco de tudo é poema,
outro pouco
é a vida que não se deixar versar.