Procuro o verso escondido no peito,
transmutado, transmutando
em sonhos
e
aspirações.
Sou todo letra e ponto e,
como
ponto,
sou
encontro e também desencontro.
Sou
muitos de mim
e
apenas um,
mundo
de "nós" nas mãos do Eu.
Procuro
um tempo desligado das horas
e
me dispo em versos para não me achar.
Ecoa
um traço vida por entre meus dedos, mas
apenas
ilha vislumbro no espelho...
Uma
casa vazia, perdida
e sem paredes;
sem
chão ou telhado
- universo de só.
Poesia
aspiro
e expiro,
exprimo
tentando entender.
Sou
falso limite no limite falso do mundo.
Me
equilibro entre a esperança e a descrença.
Sou
forte,
porém não resisto a saudade
e
poeto o beijo que não quer secar,
que
parece não tem fim.
Ogiggia
perdeu-se no tempo,
não
há paraíso,
apenas
um verso tatuado na Terra.
Tudo
que vejo, que bebo,
me consome
e
me deixa após,
ou
antes - nada me toca com indiferença.
Não
tenho cura - me pergunto,
por vezes,
se hei de querê-la.
É difícil viver do outro lado,
perdido em cores
e
sem a madureza que nos permite Ser.
Em
verdade não Sou nunca,
vestido
de Estou declamo um amor que nunca se completa.