açoites queimam minhas costas,
ausência que atravessa o tempo
na cama desarrumada ao relento.
Teu vazio faz casa ao meu lado
e meu abraço já não te encontra;
ainda preso me reviro de passado
- apenas tua distância me afronta.
Augusta época de não-sofrimento
onde acriançado plantava abrigo.
Desilusão é a nota de meu intento
que se solidifica em vero castigo.
Então, vem com tua boca e inunda
este corpo fraco que já se curva
e que em cada ruga se lamenta
do silêncio anunciante da tormenta.