aliás,
é o limite do tempo repleto de possíveis – seu condicionante
é o material telúrico da própria vida, encarnação da memória do ontem
e de infinitos amanhãs. Hoje,
por sua vez,
é tempo sem registro – hoje é a presença sempre ausente, sempre fugidia,
é a respiração que tento e não se completa por falta de ar. Ainda sim fantasio no hoje,
ainda sim fantasio
no hoje que sobe a montanha
no hoje que queima de amor
no hoje que se veste de surpresa.
Logo,
por outro lado,
tem a duração de dois meses; logo tem o profundo tempo do “soneto do Amor total”, logo é todo tempo que escapa do quando, é o tempo palpável do infinito... Infinito,
por outro lado,
é o tempo sem “logo” e
ou “quando” – infinito é o tempo da espera-pura.
Todo “até logo” carrega
em si
uma vergonhosa crise fantasiada de medo do abandono, de despedida, de medo
da solidão que espera por todos nós no limiar do tempo.
Até logo, até nunca mais.