Sob tua ponte ensolarada
pendula
o
antigo corte-seco-pulso que já não é mais corte,
que
já não é paisagem
e nem é saudade;
Sob tuas águas santas,
versifico
a cura-seca
que
é só labuta,
que
é só canção,
que
não é mais visita, nem é tristeza.
O chá das cinco, o café
dos dias e a cerveja das noites.
A doce esperança-presença me fez casa
e
o corpo no espelho já não é só
corpo,
ele é também estrada-fim.
O passado anda-vive, mas
o futuro abraça. O passo de dez anos
é a rede
na fria manhã de outono
e em todas que ainda estão por
nascer.
Sob tuas ruas,
pela primeira vez,
caminho
também
as
minhas
pegadas.
O cansaço-triste,
a revolta-tola,
o desespero-imóvel
– tudo poeira retornando ao vento.
O tempo-certo
é
sempre
o certo do próprio
tempo.
Florescer sertão,
apaziguar Francisco,
respirar futuro,
viver nordeste.
Sou Chico,
não poeta.