quarta-feira, 21 de junho de 2023

O corpo que pesa é um corpo se impõe III

Sob tua ponte ensolarada
pendula

antigo corte-seco-pulso que já não é mais corte,
que 
já não é paisagem
e nem é saudade;
 
Sob tuas águas santas, 
versifico
a cura-seca
que 
é só labuta,
que 
é só canção,
que 
não é mais visita, nem é tristeza.
 
O chá das cinco, o café 
dos dias e a cerveja das noites. 
A doce esperança-presença me fez casa

o corpo no espelho já não é só corpo,
ele é também estrada-fim.
 
O passado anda-vive, mas
o futuro abraça. O passo de dez anos
é a rede
na fria manhã de outono
e em todas que ainda estão por nascer.

Sob tuas ruas, 
pela primeira vez,
caminho
também 
as 
minhas 
pegadas.

O cansaço-triste,
a revolta-tola,
o desespero-imóvel 
– tudo poeira retornando ao vento.
O tempo-certo 
é 
sempre
o certo do próprio tempo.
 
Florescer sertão,
apaziguar Francisco,
respirar futuro,
viver nordeste.
 
Sou Chico,
não poeta.   

depois  sem  dispôs, não-tempo;  passos  sem  paço, não-espaços; ví-vida...