escrevo
para
os
do escuro,
para
os indesejáveis
e inaudíveis;
sou entre os ineptos
os
do escuro,
para
os indesejáveis
e inaudíveis;
sou entre os ineptos
e apenas
por
fra
g
men
tos,
por
fra
g
men
tos,
escrevo
com os ossos.
O corpo,
tão refém das estradas
e tão passeio de solidão,
já não é um corpo - é para além dos espaços,
dos textos
dos beijos
da guerra
- um corpo só o é em relação infinita.
Meus passos encontram outros passos,
outros "Outros"
e os acolho para além de mim, sem poder.
Minha
estrada jamais foi minha,
ela é do outro
e do outro que também sou para mim.
Em vão percorro,
em vão descaso,
em vão reflito,
em vão assinto.
"É o corpo, portanto, que se esforça para extrair encontros do acaso e, no encadeamento das paixões tristes, organizar os bons encontros"
(Deleuze, Espinosa e o problema da expressão)
escrevo para os do escuro, para os indesejáveis e inaudíveis; sou entre os ineptos e apenas por fra g men tos, escrevo com os os...