terça-feira, 14 de outubro de 2025

Da hospitalidade para consigo

 “O outro habita antes de mim”
Derrida

I
acaso te encontras
onde vês
e nos passos que te levaram?
 
II
acaso te vês
onde levaram
e nos passos que te  encontras?

III
acaso te levaram
onde encontras
e nos passos que te vês?

terça-feira, 30 de setembro de 2025

do espanto riso
do escondido lição
do submerso futuro

do enquanto fico
do percebido Não
do descompasso saciedade

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

escrevo
para 
os
do escuro,
para 
os indesejáveis
e inaudíveis;
 
sou entre os ineptos
e apenas
por 
fra
g
men
tos,

escrevo 
com ossos.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

sábado, 21 de setembro de 2024

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Se eu me sobrevivo
como saber se canto ou morte,
se dor ou gozo?

Se eu me sobrevivo
como saber se letra ou lágrima,
se sorriso ou lamento?

Gostaria de ir-me
por completo, por partes,
desde que eu-me-vá.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Repentinamente

  ...e de toda sorte:

quando 
não se queriam; 
quando
não se buscavam;
quando 
não se tocavam,
quando
não se beijavam;

dias-anos
saudade-é.

domingo, 21 de agosto de 2022

Jóquei

acordei,
já era tarde,
troquei o almoço pelo fino trato da aurora;

não me desabotoei das lembranças,
quis o filme tolo
e a cerveja estupidamente gelada;

não resisti.
Folheando o livro da Campilho
retornei:

sábado, 15 de maio de 2021

Poeminha da Alteridade

Eu, se não nascesse Eu, nasceria 
Outro; seria radicalmente outro-eu,  
sem nenhuma semelhança. Então,  como posso 
condenar um Eu  
que poderia ser o meu, 
se nasce Eu ao invés de outro-eu, 
por ser exatamente o Eu que ele é? 

sábado, 24 de abril de 2021

“Um pouco de possível, senão eu sufoco”

(Deleuze)

Um pouco
deste canto grito,
deste verso estrada,
desta mão-revolta,
desta mente-assombro,
deste sangue-cais.
 
Um pouco
deste canto imenso,
deste verso Casa,
desta mão sossego,
desta mente pura,
deste sangue-mar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Tempos estranhos
[fechados],
passos insanos.

Isolados.

Distópico
princípio diastólico

Baco
insistente ao diabólico

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Tudo assim,
s u s p e n s o, 
sem lugar
e causa aparente. 



Luminescência ou presença escondida

                                    A Clarice


... foi quando li Verissimo.

Deste jeito,
tomado de espanto,
percebi que você já era em mim
e que meu rosto
(filho do meu mais profundo silêncio),
era composto por tuas palavras.
 
Sou Chico sendo Clarice.


domingo, 29 de novembro de 2020

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Horizonte-quarto e rua-Morte

O tempo passa e-nada-muda. Os dias são iguais, as
horas
correm
iguais. 
Iguais: janelas-grades, portas-grades. 

Meu sono não amanhece.
Permaneço,
palíndromicamente,
pendulando entre o desespero e
a
indiferença.

Março-dezembro se aproxima,
i n c a n s a v e l m e n t e  
PERDURO. 


terça-feira, 3 de novembro de 2020

João fala de árvores, mas
Alfredo entende comunismo. Helena,
por sua vez, 
argumenta sobre sua pesquisa
e Fernando, que não entende nada do assunto,
afirma que é tudo "questão de opinião".

Francisco, poeta manquitolante,
que 
se interessa pelo o "impoderável" na vida,
sorri ao escutar que sua a poesia é obscura.


 

domingo, 29 de março de 2020

terça-feira, 24 de março de 2020

Atotô

Silêncio!

Silêncio, escuta, 
espera. 
Silêncio, segura a fera
e cura
a alma doente.

Silêncio!

Silencio, serena:
a fala
a fé 
a força,
o olhar.
Acolhe...

Silêncio,
caminhe...

Da hospitalidade para consigo

 “O outro habita antes de mim” Derrida I acaso te encontras onde vês e nos passos que te levaram?   II acaso te vês onde levaram e nos pass...