segunda-feira, 25 de junho de 2012

De anima

O que é isso que “anima” o homem
e o impõe a seguir...
Seguir a estrada nova,
o anseio novo
a nova dúvida
                       e a nova conquista:
                       - o novo gozo.

Que vontade de Ser é essa
que nunca completa se faz?
Que desejo é esse de ser e ter
(De ser ouvido,
                          de ter razão)?

Não há traço faltando
e nem ruga que está por nascer.

Todo sonho é ausência,
toda esperança é desespero
e toda vida é começo, meio e fim

É preciso aceitar o espelho
e o furo na sola do sapato.
Não há luz e nem fim,
apenas a beleza do instante:
                                             do beijo infinito
                                             do imorredouro terror.

sábado, 2 de junho de 2012

Quatro segredos


Vasculho sua vida,
sei de cada passo
e de cada desejo manifesto
e de cada perfídia cometida:
eu vejo teus olhos não-castanhos.

Me finjo de santo.
Caso, procrio
e planto uma árvore.
Mas nunca estive por lá
- eram em tuas coxas que eu vivia.

Me escondo nos risos,
finjo leveza e fúria
sou perfeito nisso.

Sou todo em códigos:
me visto de amor,
de amor me dispo 
e de amor eu morro.

depois  sem  dispôs, não-tempo;  passos  sem  paço, não-espaços; ví-vida...