quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Outra vez a fome

Outra vez atravesso em tua boca o frio da noite.
Outra vez teus braços tocam meu espírito
e marcam minhas costas.

Passeio com minhas mãos pelo seu corpo
e deslizo por cada ímpeto de curva...

Acarinho levemente teus mamilos,
seguro teus cabelos,
me guio no sabor do ventre
- que visito profundamente,
até não caber mais de mim.

Encontro sua nuca,
deixo marcas em teu pescoço
e arrepio em tuas costas.
Teu gemido perde-se num tempo qualquer.

Extasiado sorrimos
- a fome de querer nos assola.




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depois  sem  dispôs, não-tempo;  passos  sem  paço, não-espaços; ví-vida...