Dois pontos, toda história deveria
terminar assim – preparando uma espécie de anotação, de acréscimo, para o tempo
que virá. Todas as coisas voltam,
nada
e-fe-ti-va-men-te passa.
Todas as
coisas perduram, como lembrança,
como
tristeza, como sorriso, como amparo. Baltazar retorna,
talvez nunca
tenha ido (ou estado?). As coisas nunca foram claras, apesar
de
claríssimas
serem as possibilidades. Uma casa nova, um apartamento novo
e a promessa
de um futuro em par.
O tempo que
passa atravessa as cidades – aproxima quem “desaproxima”. Toda vida,
sempre
tempo novo.
A casa nova.
O mundo novo. A vida.
A vida nova. A vida nova. A vida nova. O mesmo eu,
a mesma
solidão que se esforça na busca de viver por três,
por três tempos,
por três
vidas.
Eu um só.
As coisas
são como são até não serem mais. Parece óbvio, mas não é tanto. Nada é tanto,
nunca é tanto, até ser. Há um limite para os planos,
para as
expectativas, deixar-me boiando sobre elas é uma forma de ser infinito. Preciso
aprender...
O tempo que
chega é Silêncio e nele, como ensina Clarice,
habitam todas as minhas marcas. Nele,
os passos de
Baltazar
trazem a
lembrança de uma vida pregressa – um tempo que jamais foi, mas
que sempre poderá ser. Nele,
neste
silêncio repleto de lembrança,
reside o tenso
sabor do Amor infinito. Ainda há tempo, tempo e vida. Somos infinitos até nãos
sermos mais, até o silêncio-deus
nos consumir
em mirra e silêncio.
Silêncio é o
tempo que habito, tempo de espera
tempo de
preparo,
tempo de
tempo puro.
Baltazar
retorna, foram as impossibilidades.