Passeio sobre teu corpo em cada sonho que tenho, mas já não sei se sonho ou se acordo. Antes,
talvez
o Terço tivesse feito algum efeito, mas
nada te afasta
ou
aproxima - você permanece.
Um pouco de fobia transforma convenções em pontes intransponíveis
e
a chave esquecida (enterrada na areia,
escondida na areia, vivemos na areia, ficamos na areia) grafa
a memória de um tempo não cumprido. Longe
é a estrada que persigo, que atravesso poeticamente;
longe demais,
talvez,
tenha ido minha a esperança – não me parece sanidade fotografar o amor. Aliás,
como é possível não amar um amor que se sentia sem saber que já era Amor?
Sofro como sofrem todos, nenhuma gota além;
querer-te
não é prisão - apenas sonho,
apenas encanto, apenas distraio meu tempo na busca pelo amanhecer das tuas mensagens.
Ontem é tempo de aprendizado,
ontem sonhei com você,
ontem acordei em paz
e
só por isso escrevo.
Uma parte de mim mantém-se quieta,
medrosa parte que confunde solidão com liberdade;
outra parte minha se expõe
e dedilha em versos (ocultos-versos,
escancarados-versos)
a beleza da espera. Sou todo Espera.
Amar
você tece Estrada,
eu Poesia.