quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Do acaso

O terço-guia, que descreio, que descremos, é o mesmo verso-acaso que se veste (se investe) 
e que contra nós e apesar de nós, em torno nós, 
agiliza 
o nó-encontro
o nó-estrada
o nó-espera
o nó que desenha nas roupas 
e que desenha em teus mundos
e que desenha
o teu olhar-afago e o teu desejo-abraço.

O terço-guia, que descremos, que queremos, é o mesmo
verso-plano 
que se fez vontade, que se faz vontade, que só aumenta 
nos enfrenta, nos aquece, nos espera até o raiar do dia
da conversa boba
do sorriso bobo
dos livros divididos.

O terço-guia, que queremos, que nos é amigo, é o mesmo  verso-tempo, que 
se desdobrou, que se pendulou, 
que venceu o duro concreto da descrença, o duro concreto do não,
que 
agora é todo espera
do beijo-encontro 
da vida-sonho
do repentino amor. 






 

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depois  sem  dispôs, não-tempo;  passos  sem  paço, não-espaços; ví-vida...